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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PLATÃO EO SEU CONTEXTO HISTÓRICO POLÍTICO


PLATÃO E A POLÍTICA

Em um período de transição conturbado em conseqüência das guerras e em meio à ideologia sofistica, Atenas vivia em uma crise política. Platão em oposição à política sectária vigente, propõe um questão: Como a partir da justiça se chegaria a um Estado perfeito baseado na organicidade da cidade como reflexo da alma do homem ?


PLATÃO E SEU CONTEXTO

A Atenas que Platão nasce; não é a Atenas que ele deixa ao morrer. A primeira Atenas é a do século de Péricles; uma Atenas imperial em expansão, rica poderosa, inovadora na política, cultura e na economia. A segunda Atenas é uma Atenas em crise, exausta e decadente em falência moral, ética, política e econômica, preste a ser esmagada pelas tropas de Felipe da Macedônia. O contexto histórico e filosófico de Platão se tornam conflitante principalmente no âmbito político, porque Platão nasce, vive e morre dentro de um período de transição, ou seja; a passagem da democracia ateniense de Péricles para o helenismo. Esta transição se inicia com a guerra de Peloponeso. Os grandes problemas políticos que Platão vai enfrentar no auge de sua filosofia foram desencadeados pela guerra de peloponeso.

A GUERRA DE PELOPONESO

A guerra de Peloposenso terá uma duração de 27 anos (431 A.c – 404 A.c). Aqui o contexto de Platão começa a ganhar forma, pois a realidade de uma guerra, faz parte de um terço da vida de Platão. Quando Platão nasce 428, um ano após a morte de Péricles, Platão ele ainda nasce dentro de um contexto que ainda tinha os reflexos da áurea e do apogeu da democracia ateniense de Péricles. Mas este reflexo já começava a perder seu brilho. Porque três anos de Platão nascer em 431 tinha estourado a guerra de Peloposenso. A guerra de Peloponeso foi o fator que desencadeou a grande crise política de Atenas. A cidade jamais se recuperou das feridas que infligiram a si próprias. Segundo o historiador Martim Perry a guerra de Peloponeso é o embrião que vai desencadear o processo que levará Atenas a declínio da democracia.


COMO SE DA O DECLÍNIO DA DEMOCRACIA: ATRÁVES DO SURGIMENTO DE UMA NOVA MENTALIDADE.


Na democracia de Pérecles havia uma mentalidade coletiva através das “LEIS GERAIS E DO BEM COLETIVO DA PÓLIS” era impossível o individuo ser cidadão e não pensar automaticamente no bem geral da polis. O bem geral da polis sempre vinha primeiro. Mas com o advento da guerra de Peloponeso; o século IV foi dominado por uma mentalidade individualista. Essa nova mentalidade individualista que surge durante e depois da guerra de Peloponeso é influenciada pelas sofistica. Os sofistas era um grupo de pensadores de diversas partes da Grécia, sobretudo de Atenas que surge por volta de 479 a.C. Os sofistas foram antigos filósofos pragmáticos, ceticismo e anti-metafísicos. Eram especialistas na linguagem, retórica, educação, na filosofia social e na ética pragmática. A ideologia sofistica por ter surgindo em 479 ela fazia parte do contexto político de Péricles, em que era amortecida pela democracia de Péricles e a filosofia de Sócrates. Mas com guerra de Peloponeso em 431 e a morte de Pérecles em 429; as bases da política ateniense foram se enfraquecendo e a sofistica se fortalecendo. Martim Perry Enfatiza que : “ Durante e depois da guerra de Peloposenso os sofistas radicais desencadearam um crise intelectual e espiritual. Suas doutrinas estimularam a desobediência à lei o desprezo pelo dever cívico o individualismo egoístas, enfraquecendo os elos da cidade ateniense”. Os sofistas por ter abandonando busca de uma verdade absoluta, não tinha por preocupação argumentar o que pode ser justo ou injusto. O mais importante é que seus discípulos aprendessem a falar bem. Este relativismo impedia a reflexão e o estabelecimento de valores ou virtudes universais.
Esta nova mentalidade desencadeada pela sofistica fez os cidadãos abandonar os interesses coletivos da polis. O ideal de cidadania desapareceu quando os atenienses deixaram de lado a comunidade para concentrar em negócios privados ou tirar proveito pessoal dos cargos públicos.
A preocupação com os negócios particulares substituiu a devoção ao bem da polis. Esta nova mentalidade; destruiu as fundações da sociedade ateniense. Os homens se tornaram embrutecidos e o individualismo egoísta venceu o dever cívico. A política se tornou em facções oligárquicas, democráticas, aristocratas que degenerou em guerras civis e violência interna.


PLATÃO E A VIDA POLÍTICA

No ano 404ª.c no desfecho da guerra de Peloponeso;Esparta invade e domina Atenas, enquanto os espartanos estão ocupando a cidade; o aristocrata ateniense Crítias,. Primo de Platão conspira para derrubar as instituições democratas e colocar a aristocracia no poder. Dá um golpe de estado e instala o governo dos trintas chamado de “Trinta Tiranos” . Quando a aristocracia dos trinta tiranos assume o poder; em 404, dois parente de Platão; Cármidias e Crítitias que eram irmão de sua mãe tiveram participação no governo oligárquico. Platão em parte influenciados da início na política. Este inicio de Platão na política foi um experiência amarga e frustrante para ele, em conseqüência dos métodos facciosos, violentos,vingativos que constatou serem aplicados exatamente por aqueles nos quais depositava confiança. Diante disso Platão se afasta um pouco da política. Carta sétima:
Caídos o governo dos trintas Platão pensa em participar da vida política. Pois esperava o retorno das leis e do governo democrático, mas em vez disto Platão viu Sócrates ser arrastado para os tribunais para ser julgados e injustamente condenado. Como Platão fazia parte do grupo de Sócrates foi colocado sobre suspeita, o desanimo o invade; uma vez que os responsáveis por esta condenação de Sócrates ser os democratas que tomaram o poder. Assim Platão convenceu-se de que para ele naquele momento era bom manter se afastado da política.


A VIAGEM PARA SIRACUSA

No ano 388 dez anos depois da morte de Sócrates; Platão sai em viajem onde chega a Itália na cidade de Siracusa. Estabelece vínculos com Dion que era parente de Dioniso o rei de Siracusa. Platão acreditou ter encontrado em Dionísio um discípulo para fazer dele um “rei – filosofo”, ou seja; um “governante justo”. Dionísio irritou com Platão de tal forma que vendeu ele como escravo a um embaixador de cidadã de Egina. Felizmente, porém foi resgatado por Anicèrides de Cirene, que se encontrava naquela cidade.

O RETORNO PARA ATENAS E A FUNDAÇÃO DA ACADÊMIA

Platão regressou para Atenas em 387. Funda sua academia; resolve e não se envolver mais com a política, mas apenas filosofar sobre a política. Com a morte de Sócrates em 399 e a ausência de Platão de Atenas em 388 a ideologia sofistica tinha se fortalecido e o caos tinha instaurado na política. Diante dos caos político - Platão aponta quatro fraquezas da democracia ateniense influenciada pela sofistica

Primeira fraqueza: Era insensato esperar que o homem comum pensasse de modo inteligente sobre a política, ou qualquer assunto vital sobre o estado.Platão faz esta critica porque a sofistica tinha colocado o poder na mão de todo mundo, bastava ter um boa oratória; e se não tivesse eles ensinava. Segundo fraqueza: Lideres serem escolhidos por razões descartáveis, tais como discurso persuasivo, boa aparência, riqueza e tradição familiar. Terceira fraqueza: Que a democracia ela pode degenerar em anarquia. Quarta fraqueza: Na democracia um demagogo podia adquirir poder, prometendo despojar os ricos em favor dos pobres.

Pois conclui que.“È impossível ser justo numa cidade injusta; e que a cidade precisava de uma reforma moral e política completa, fundamentada na educação e na filosofia de Sócrates. Porque na filosofia de Sócrates ? Sócrates tinha por convicção que o homem que é mau ; só é por porque não conhece o bem. Por Platão ser discípulo de Sócrates também definiu que a cidade e a política era injustiça porque não conhecia a o ideal de justiça. Na busca de uma ideal justiça que se resolve os problemas da política; Platão escreve em 375 A.c, o tratado político “A Republica” em que propõe através da educação um reforma moral e política.Por isso que Jaeger enfatiza que a Republica de Platão e mais Educativa do que política. E sendo mais educativa do que política, o ideal de governo representado por Platão como “Estado Justo que brota da justiça” só aconteceria quando os “reis tornassem filósofos; os filósofos tornassem reis”.