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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PAIDÉIA

A educação para os gregos tinha algo prático e moral. Não nascia do acaso era fruto de uma disciplina consciente. Platão comparou a educação como adestramento de cães. Na sociedade burguesa dominante da Grécia antiga, tinha os valores de educação e conduta alicerçadas na aristocracia cavalheiresca. A história da formação educacional grega começa nesta esfera aristocrática que tem um ideal definido de homem superior a qual espira o escol da raça. O termo usado nesta época para definir a educação era o conceito de “Arete”. Na língua portuguesa não têm uma definição equivalente ao termo o mais próximo é virtude.

A Arete pode ser vinculada a quatro conceitos. Primeiro o conceito de cavalheirismo que tem relação com uma conduta cortês e distinta ao heroísmo guerreiro. Segundo aos poemas de Homérico que tem a Arete relacionada com a força dos deuses, pois Homero entendia a arete com qualidade morais e espirituais. Em terceiro a Arete relacionada com a coragem e rapidez dos cavalos de rala. Em quarto a Arete constituída sobre a força e destreza dos guerreiros da nobreza e sua bravura militar.

Por isso da nobreza cavaleiristica foi extraída a concepção de educação grega, sobre virtude, coragem e virilidade; qualidades que Homero chama de Arete varonil. A nobreza se define na aristói, como um grupo que si constitui superior e merecedores da Arete, devido à linhagem; que tinham seus valores comprovado pelo desempenho do individuo nas lutas, combates e guerras. Esta concepção de Arete e seu desenvolvimento histórico trazem a noção de uma ética aristocrática para a formação do homem grego.
Tal concepção da Arete se constitui como base para uma ética aristocrática da Arete e terá atenção dos filósofos como Platão e Aristóteles. A Paidéia grega se constrói através da Arete, a qual está vinculada ao conceito de virtude. A Arete se liga a excelência que esta vinculada ao mais alto ideal de cavalheirismo. A virtude e Arete se definem como (Elite-Aristói; Sangue-Força; Virtudes-Excelência) Para o aristóis as virtudes eram: Coragem, Bravura e Excelência. É o momento propicio para o indivíduo demonstrar as suas virtudes era a guerra. Pois através da guerra ele vai mostrar tornar publico que ele é portador das virtudes e que ele é da linhagem aristói.

Entre os séculos V- IV começa a formação da polis. A polis é literalmente outra visão de mundo. Neste contexto os valores da aristocracia grega que estruturava a sociedade, começaram a ruir e entrar em crise, pois a concepção de virtude vigente já não era mais suficiente. O que implica o sistema da polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos de poder. A palavra torna-se o instrumento político por excelência, a chave de toda autoridade, o meio de comando e de domínio sobre o outrem. Surge o termo “Peitno” a força de persuasão. Esta força de persuasão se da através do debate contraditório da discussão e da argumentação em que assegura. A vitória de um dos oradores sobre seu adversário. Tudo que define o campo da arcké é agora submetidos a arte da oratória e para ser formuladas. A política agora na polis passa a ter uma relação estreita entre política e logos, em que a arte da política se torna essencialmente o exercício da linguagem. A preeminência da palavra se constitui na polis como a forma de poder. Ou seja; já não é mais as virtudes; mas sim a palavra que agora tem poder, a palavra gera o poder. Sendo assim na polis grega agora tudo tem que se apresentar os pressupostos daquilo que é apresentado, para ser aprovado.

A segunda característica da polis e a publicidade. Dadas as manifestações da polis, em que o domínio publico opõem-se a assuntos privados e processos secretos, defendendo práticas abertas de tudo a todos. Diante disso o conhecimento de todos os assuntos que rege a vida da polis são levados a praça pública (Ágora) sujeito a critica e a controvérsia. Tudo agora passa pelo crivo da dialética as controversas da agora, a retórica e a publicidade dos debates caracteriza a atividade da política. O que discute na polis é de domínio público. Na aristocracia o poder a lei a legitimidade de tudo estava exclusivamente com os aristói. Na polis o poder está com o povo.

Por final a “Isonomia” que era o principio de igualdade. O cidadão esta no topo da hierarquia social. A isonomia é a igual participação de todos os cidadãos no exercício do poder. Neste contexto a filosofia aborda a ética e a política, pois tais temas agora faziam parte do contexto; e os filósofos desejavam uma polis melhor educadas principalmente através da razão e não através da virtude concebida pelos os aristói. Visto que na sociedade aristói o comportamento do homem virtuoso era chamado de “ Hybris” por ser portador de uma ação sem medida. Já na polis os valores são a moderação o limites o cuidados, etc.