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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS KANTIANAS II


1. PARA KANT COMO SE DA O CONHECIMENTO ATRAVÉS DO APRIORI E A POSTERIORI?

Nas proposições a posteriori; a legitimidade está na experiência, percepção sensível. O conhecimento sobre as proposições a posteriori segundo Kant se dá quando queremos aprender o que é conhecimento acerca do mundo factual, usamos nossos órgãos sensíveis. Mas ao tentar conhecer, acrescentamos algo que não esta no objeto. Isso que é acrescentado são as formas apriori que já existe no sujeito. Ou seja; o conhecimento é adquirido a partir das formas a priori e das impressões sensoriais sobre as coisas que Kant chama de sensações. Segundo Kant existe um objeto tal como ele é na natureza; mas como é esse objeto? Para Kant não tem como conhecê-lo na totalidade. Conhecemos aquilo que nossos órgão sensoriais nos permite conhecer, por isso que Kant enfatiza que não é possível conhecer o objeto na sua essência como ele é; mas só conhecemos aquilo como nos é apresentado; por isso não e possível conhecer o objeto em si.
As formas a priori faz o papel de organizar as sensações, e na medida que o faz, coloca sobre o objeto aquilo que não é do objeto. Se a priori coloca sobre o abjeto coisas que não está nele; poderia deixar o apriori e conhecer apenas pelo a posteriori ?. Não é possível pois as formas a priori ficar de fora do processo de conhecimento as sensações serão todas desordenadas, em que não é possível fazer conclusão. Sendo assim não conhece o objeto em si, ou seja como ele é; mas o que conhece e aquilo que as sensações nos fornece que são organizadas pelo a priori.
O processo de conhecimento ainda envolve espaço, tempo e categorias. ESPAÇO: È o lugar onde as coisas estão de inicio; mas do ponto de vista intuitivo o espaço é o nada; o existe são que há são coisas. O espaço é uma forma de nossa consciência ordenar as coisas. O TEMPO: Também é uma forma de organizar as coisas, é uma forma apriori que possibilita a organização a posteriori. Só pode falar de tempo quando algo ocorre. E quando o tempo ocorre? Quando ele muda. Por isso e tempo e o espaço estão na consciência, para organizar as formas de pensamentos não é uma coisa que existe na realidade. CATEGORIAS: Tem o mesmo papel do tempo e do espaço; organizar.


3.QUE RELAÇÃO HÁ NA QUESTÃO DE FATO DE HUME E O A POSTERIORI DE KANT?

As questões de fato corresponde a proposições correspondente no mundo externo é só pode ser justificados aquelas que estão nos sentidos. Para Hume não se justifica as proposições factuais na razão, mas com base na natureza humana. Pois a natureza compele a homem acreditar; por exemplo: que o sol nascerá amanhã; por causa da contigüidade da sucessão que nos leva aos habito. Desta forma não a possibilidade de adquirir um conhecimento total para s preposições factuais. Em Kant as proposições a posteriori; a legitimidade está na experiência, percepção sensível. O conhecimento sobre as proposições a posteriori segundo Kant se dá quando queremos aprender o que é conhecimento acerca do mundo factual, usamos nossos órgãos sensíveis. Mas há possibilidade de conhecer na totalidade. Conhecemos aquilo que nossos órgão sensoriais nos permite conhecer, por isso que Kant enfatiza que não é possível conhecer o objeto na sua essência como ele é; mas só conhecemos aquilo como nos é apresentado; por isso não e possível conhecer o objeto em si. Assim existe uma relação entre Kant e Hume; pois para Hume as preposições de fatos não são demonstráveis e para Kant as proposições a posteriori não podem ser conhecida como objeto em si.


4. É POSSIVEL UMA METAFÍSICA DA CIÊNCIA EM KANT- EM COMO?

Os racionalistas, a partir de Platão, construíram um sabe metafísico, que tem por objeto o supra-sensível ( como tal é a priori, isto é, além da experiência), confian do dogmàticamente nas forças da razão apenas. Kant combate pre cisamente esta dogmática e cega confiança na razão, a qual causou contro vérsias intermináveis, do cepticismo e do descrédito da metafísica. Antes de deixar o sólido terreno da experiência e aventurar-se no mundo do supra-sensível, onde toda audácia é possível, é necessário, Kant procurou, formular um problema com outro problema inicial; que era: Tem a razão humana a capacidade de conhecer o supra-sensível? Para Kant talvez seja possível se as pretensões sobre a metafísica submeter a razão pura (pura como atividade independente da experiência) ao juízo da própria razão, isto é, somente com substituir o dogmatismo por uma razão crítica ( criticismo), poder-se-á vencer o cepticismo e anular o descrédito da metafisica e restaurá-la sobre bases mais sólidas.

Eis a significação da crítica com referência ao dogmatismo dos racionalistas e às conclusões cé ticas de Hume: estabelecer, se for possível, uma metafísica como ciência, sem confiar-se dogmàticamente às forças da razão, mas atra vés de uma crítica, crítica que a razão faz de si mesma, a fim de que possa julgar se a sua pretensão de conhecer o mundo do supra -sensível é legítima ou infundada. Eis a significação do título da maior obra de Kant: Crítica da Razão pura. Formulado assim o problema da metafísica, resulta que ele não pode ser enfrentado, se antes não se resolver um outro problema quais são as condições da validade objetiva do saber em geral? Em outros termos, à manipulação do problema metafísico deve preceder a do problema do conhecimento. Precisamente a análise deste pro blema é a parte "positiva" da Crítica da Razão pura. Mas Kant conclui que a pretensão da razão pura em conhecer os objetos da metafísica (a alma, o mundo, a liberdade, Deus) é injustificada e que, portanto, não é possível uma metafísica como ciência, precisamente porque há ciên cia apenas do que é objeto da experiência.
A razão teorética não pode inva dir o campo da metafísica como ciência da totalidade do saber e do real, nem para afirmar nem para negar. É ela obrigada a agarrar-se ao mundo da experiência onde pode ditar leis. Diante do supra-sen sível existe somente o objetivo de reconhecer que as exigências da metafísica são insuprimíveis e atendem a uma necessidade invencível do espírito humano. Aliás, nada exclui que, além dos fenômenos, exista também um mundo em si, o incondicionado ou supra-sensível, porque pensara existência dele não implica contradição. A razão, assim pode pensar que nem toda a realidade se exaure no fenômeno. Isso que está além do fenômeno e que é coisa em si, incondicionado, Kant o chama precisamente nôumeno, isto é, o que pode ser pensado, mas não conhecido pela razão pura. A realidade, portanto, divide-se em fenomênica, presente nas nossas intuições e que nós, por meio das formas a priori, constituímos em mundo da experiência; e noumênica ou pensável, além da experiência e constitui o mundo do supra-sensí vel ou do incondicionado, inacessível à razão pura.


5. A RESPOSTA DO PROBLEMA DO CONHECIMENTO

Na Crítica da Razão Pura, Kant tinha um problema a resolver, que dizia respeito à seguinte questão: como posso obter um conhecimento seguro e verdadeiro sobre as coisas do mundo? A resposta de Kant iria mudar o rumo da Filosofia Ocidental.Duas escolas filosóficas, tradicionalmente, respondiam de formas diversas ao problema do conhecimento. Para os filósofos racionalistas (Platão, Descartes, Leibniz eEspinosa), todo conhecimento provém da razão, enquanto que, para os empiristas (Aristóteles, Hobbes, Locke, Berkeley e Hume), ao contrário, somente os dados da experiência sensível forneceriam as bases para o conhecimento humano.
Tanto em um como em outro caso, surgem obstáculos. A razão especulativa, na medida em que deixa de validar suas investigações em testes práticos, torna-se dogmática. Já o empirismo encontra oposição no ceticismo, que argumenta que a Natureza é o reino do contingente e, por esta razão, não pode ser fonte de conhecimento universal. O filósofo inglês David Hume (1711-1776), cuja obra Kant afirma tê-lo acordado do "sono dogmático", colocou sob suspeita o princípio de causalidade, que determina que, dado uma causa x, tem-se um efeito y. Por exemplo, tenho uma pedra em minha mão e a solto de certa altura (causa), tendo como conseqüência sua queda no chão (efeito).
Segundo Hume, não existe nada na causa (solto a pedra da mão) que contenha a relação objetiva de seu efeito (a queda no solo). Por mais vezes que eu repita a experiência, nada no mundo me dará a certeza de que a pedra cairá e não levitará, por exemplo. Portanto, conclui o filósofo inglês, a causalidade não está no mundo, mas é produto de nossos hábitos, ou seja, de tantas vezes ver a pedra cair ao ser solta, acreditamos que haja uma relação causal nos objetos, quando não passa de uma espécie de condicionamento psicológico.


6. A PRIORI- A POSTERIORI- JUÍZO ANALÍTICO E JUÍZO SINTÉTICO

Kant também vai se voltar para o sujeito em sua réplica ao ceticismo humeano, mas revestido de um caráter lógico e transcendental (e não psicológico, como em Hume). Antes de analisar a resposta de Kant, vamos ver como ele a formula a questão nos conceitos de a priori, a posteriori, analítico e sintético.Um conhecimento que seja totalmente independente dos sentidos é chamado a priori. São, por exemplo, equações matemáticas, que posso fazer mentalmente sem me apoiar em qualquer evidência material. Um conhecimento que possui sua fonte na experiência é dado a posteriori, como as leis da física clássica, que necessitam de testes práticos para serem comprovadas.Quando emito um juízo em que o predicado está contido no sujeito, ele é chamado juízo analítico. Por exemplo, quando digo "Azul é uma cor", o predicado "cor" já é uma qualidade do sujeito "azul" e a informação, por isso, é redundante.
Mas quando faço um juízo em que um predicado é acrescentado ao sujeito, ele é chamado sintético. Por exemplo, na frase "A cadeira de minha sala é azul", acrescento ao sujeito "cadeira de minha sala" o predicado "azul" (afinal, ela poderia ser verde, vermelha, etc.). É uma informação nova, pois você poderia imaginar que a cadeira fosse de qualquer outra cor.Todos os juízos da experiência são sintéticos, uma vez que, para obter um juízo analítico, não é preciso sair do próprio conceito, isto é, recorrer à experiência (não preciso sair de "azul" para saber que é uma cor, mas preciso ver a "cadeira" para saber de que cor ela é).
Agora podemos entender a questão central da Crítica da Razão Pura, que é "Como são possíveis os juízos sintéticos a priori?". Ou seja, como podemos ter um conhecimento a priori de questões de fato, de coisas do mundo? Em outros termos, como posso, observando um fato A, dizer algo a respeito de um fato B, uma vez que somente tenho a experiência deste fato A? Para voltar ao exemplo de Hume, como, tendo uma pedra em minha mão (fato A), antes mesmo de soltá-la sei que, ao soltá-la, ela irá cair no solo (fato B)? (Lembrando que, para Hume, não há na Natureza nada que demonstre a relação causal entre A e B.)Formulado ainda de outra maneira: como posso, ao observar fatos particulares (uma pedra que cai), tirar daí uma regra de caráter universal (a lei da gravidade), que seja aplicada a todos outros fatos da mesma natureza?

7. SUJEITO TRANSCEDETAL

Kant chamou de "revolução copernicana" sua resposta ao problema do conhecimento. O astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543) formulou a teoria heliocêntrica - a teoria de que os planetas giravam em torno do Sol - para substituir o modelo antigo, de Aristóteles e Ptolomeu, em que a Terra ocupava o centro do universo, o que era mais coerente com os dogmas da Igreja Católica. Como pode ser constatado pela observação direta, o Sol se "levanta" e se "põe" todos os dias, o que tornava óbvio, aos antigos, que a Terra estava fixa e que os astros giravam em torno dela. Copérnico demonstrou que este movimento é ilusório, porque, na verdade, a Terra é que gira em torno do Sol. Kant propôs inversão semelhante em filosofia. Até então, as teorias consistiam em adequar a razão humana aos objetos, que eram, por assim dizer, o "centro de gravidade" do conhecimento. Kant propôs o contrário: os objetos, a partir daí, teriam que se regular pelo sujeito, que seria o depositário das formas do conhecimento. As leis não estariam nas coisas do mundo, mas no próprio homem; seriam faculdades espontâneas de sua natureza transcendental. Como Kant afirma no prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura:
"Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que ampliaria o nosso conhecimento, fracassaram sob esta pressuposição. Por isso tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo nosso conhecimento, o que concorda melhor com a requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos objetos que deve estabelecer algo sobre os mesmos antes de nos serem dados."
O que Kant quer dizer é que o sujeito possui as condições de possibilidade de conhecer qualquer coisa. Ele possui as regras pela quais os objetos podem ser reconhecidos. Não adianta buscar essas regras no mundo exterior, pois se cairia no problema de Hume. O mundo não tem sentido a não ser que o homem dê algum sentido a ele. O que conhecemos, então, é profundamente marcado pela maneira - humana - pela qual conhecemos. O computador no qual escrevo, a janela do escritório que me permite ver todas as coisas do mundo, tudo isso é matéria de conhecimento não porque exista um Deus que me faculte entender as leis dos objetos por meio da razão (como no caso de filósofos racionalistas) ou porque estes objetos sejam imprimidos em minha mente pela percepção (empirismo), mas porque eles são capturados por formas lógicas no sujeito.

8. COISA- EM-SI
Mas ao voltar o foco para o sujeito que conhece, que "constrói" o mundo, é bloqueado todo pretenso acesso à essência dos objetos do mundo. Só temos acesso às coisas enquanto fenômenos para uma consciência. O que a realidade é, em si mesma, o que Kant chama de coisa-em-si, não é matéria de conhecimento humano, sendo, portanto, incognoscível (aquilo que não pode ser conhecido).A coisa-em-si não pode ser conhecida mas pode ser pensada, desde que seja contraditório (conhecer, em Kant, diz respeito ao que é possível de ser objeto da experiência).Três objetos de estudo da metafísica podem ser pensados mas não conhecidos: Deus, a imortalidade da alma e a liberdade. Deus e a alma não podem ser conhecidos porque não aparecem como fenômenos no espaço e no tempo. A liberdade, porque contraria o princípio de causalidade: liberdade é aquilo que não tem causa, e o que é absolutamente livre não pode ser matéria de conhecimento. São no entanto postulados para a ética de Kant, da qual não é um outro assunto.A filosofia crítica de Kant consiste, desta forma, em impor à razão os limites da experiência possível. O filósofo alemão pretende, com isso, fornecer rigor metodológico à metafísica, livrando-a de seu caráter dogmático e trazendo-a para o rumo seguro da ciência. Este método que analisa as possibilidades do conhecimento a priori do sujeito, dentro dos limites da experiência, é chamado de transcendental.