As quatro formas de gastar dinheiro, propostas por Milton Friedman prêmio Nobel 1976, mostram a contradição em confiar o dinheiro ao Estado para sua redistribuição. Quando analisamos a eficácia e a eficiência de uma ação, seja individual ou política, percebemos que as motivações dessa ação são tomadas (ou deveriam) pelo seu custo-benefício. Quando, porém, o benefício não é próprio, mais variáveis são acrescentadas na análise. Milton Friedman, destacado economista da Escola de Chicago e vencedor de um prêmio Nobel, simplifica, entretanto, de forma precisa as quatro formas de gastar um recurso:
1) A primeira é gastamos nosso dinheiro consigo próprio. Nesse caso,
possuímos um incentivo para procurar algo de qualidade, porém avaliamos em como
gastar o dinheiro de forma eficiente, avaliando o custo. É o modo natural de as
empresas do setor privado usarem seus recursos e direcionarem suas operações
buscando o lucro.
2) Outra maneira é gastar nosso dinheiro com outra pessoa — por exemplo,
quando você compra algo para alguém. Nesse caso, certamente nos preocupamos com
a quantidade de dinheiro que gastamos, mas se não temos uma ligação emocional
com o beneficiado, estamos inconscientemente menos interessados na qualidade do
produto.
3) A terceira maneira é quando gastamos o dinheiro de outra pessoa
consigo mesmo, como quando almoçamos à custa de nossa empresa ou quando agentes
públicos usam o dinheiro da corrupção para comprar seus automóveis e suas
mansões. Nesse caso, teremos pouco incentivo para ser frugal, mas nos
esforçaremos para escolher os melhores produtos.
4) Por fim, o quarto modo é quando gastamos o dinheiro de alguém com
outras pessoas. Nesse caso, não temos motivos para se importar nem com a
qualidade e nem com o custo. E esta é a maneira como, geralmente, o governo
gasta o dinheiro dos impostos recolhidos de nossos bolsos e devolvendo (parte)
para a sociedade.
E nesse país de lógicas sombrias, ainda existem milhões e milhões de
pessoas que, com sua lógica socialista, continuam defendendo o desvio de mais
recursos para o Estado.
E pior: defendendo os desvios e mais recursos para programas que criam
uma constante dependência que eternizam a permanência desses senhores do poder,
como comentei em "A diferença básica entre liberais e estatistas".