Note-se
que o que contesto não é o direito de inventarem combinações sociais, de
propagá-las, de aconselhá-las e de experimentá-las neles mesmos, por sua
própria conta e risco.O que discuto é o direito de nos imporem tudo isso por
meio da LEI, ou seja, da força, obrigando-nos a pagar isso com nossos impostos.
Eu não peço que os sustentadores dessas várias escolas sociais de pensamento: marxismo,
comunismo, socialismo, sócio-democráticos, protecionistas renunciem a suas idéias
particulares. Peço somente que renunciem
à ideia que têm em comum de nos submeter pela força a seus grupos e séries, a
seus projetos socializados, a seus livres créditos bancários, a seu conceito de
moral greco-romana e suas regras comerciais.
Eu só peço que nos seja permitido decidir sobre esses planos por nós
mesmos; que não sejamos forçados a aceitá-los, direta ou indiretamente, se
julgarmos que ferem nossos interesses ou repugnam nossa consciência. Mas estes
organizadores/legisladores desejam ter acesso aos impostos e ao poder da lei, a
fim de levar a cabo seus planos. Além de
ser opressor e injusto este objetivo implica a suposição fatal de que o
organizador é infalível e o resto da humanidade incompetente. Porém, se as pessoas são incompetentes para
julgar a si próprias, então por que todas estas considerações sobre o sufrágio
universal?
BASTIAT, Frédéric. A lei. Tradução: Ronaldo
Da Silva. Instituto Vom Mises. São Paulo,2010. (pg. 49-50)