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segunda-feira, 23 de maio de 2016

A ÉTICA DE SÓCRATES

O lado belo da apologia de Sócrates revela o conceito de virtude. A alma segundo que subentende para Sócrates é o “eu consciente”, ou seja; a consciência e a personalidade intelectual e moral. Uma vez descoberto que o homem é sua alma, a mesma se torna a parte principal que o homem deve cuidar com grande rigor.  Para que o homem possa conhecer a ti mesmo e ser um indivíduo virtuoso. É da virtude que nasce a riqueza e todas as outras coisas que são boas para o homem. Para Sócrates a vida só pode ser definida e verdadeiramente vivida através da virtude. “Em grego, aquilo que chamamos de “virtude se diz” Arete”. Significa aquilo que torna uma coisa boa e perfeita naquilo que é, ou melhor, ainda significa aquela atividade, ou modo de ser que aperfeiçoa cada coisa, fazendo ser aquilo que deve ser. Sobre este conceito a não-virtude que conseqüentemente seria identificada como algo ruim e imperfeito.
Todavia sendo este algo ruim e conseqüentemente imperfeito seria explicado etimologicamente através do conceito “vicio”. O conceito de vicio por sua vez seria a privação do homem sobre a ciência ou conhecimento, vale dizer a ignorância. O homem sem a virtude seria então conseqüentemente ignorante, o qual desprovido do conhecimento da alma e de sua essência conceituaria os valores externos como certo. Diante de tal definição, a morte para Sócrates seria supostamente viver uma vida na ignorância, longe de uma natureza boa e perfeita. Fazendo de valores externos a essência da vida.
Em relação a esta suposta conceituação do conceito de morte para Sócrates, uma possibilidade de compreender a decisão de Sócrates em ficar tranqüilo diante da sentença de morte no texto da apologia. Uma vez que Sócrates se declara culpado e renunciasse, retrata-se pedindo clemência; o mesmo sabendo que esse seria a única possibilidade de permanecer vivo. Sócrates não êxito a isso, por saber que o maior bem para um homem é justamente o falar todos os dias sobre a virtude e argumentando sobre o raciocinar, examinando a si mesmo e aos outros e que uma vida sem esse exame não é digna de ser vivida.
A morte seria o melhor caminho, uma vês que a verdadeira morte para Sócrates consiste em viver uma vida longe da virtude e da honra. Portanto, pode conceituar que a vida para Sócrates seria a realização de uma existência liberta da ignorância, visto que não há lógica para Sócrates viver uma vida dominada pelos instintos, pois os que assim os fazem são escravos, mas apenas livre através da virtude e do autodomínio poderá viver a verdadeira vida.
Finalizando, como já foi enfatizado, Sócrates identifica que a essência do homem é a alma, cuidar de si mesmo significa cuidar da própria alma mais do que do corpo. E ensinar os homens cuidarem da própria alma é a tarefa suprema do educador, precisamente a tarefa de Sócrates considera ter recebido de Deus, como se lê na apologia. Para Sócrates o método para educar a alma do homem e fazê-lo deixar a vida de ignorância para viver a vida virtuosa, seria a “maiêutica” onde Sócrates levava o interlocutor a reconhecer a sua própria ignorância. Sócrates através da maiêutica simplesmente pergunta. Não ensina; quer aprender. Seu pensamento parece desprovido de conteúdo. Se porém,  não há ensinamentos ele propõe algo. Destruindo as respostas fáceis dos interlocutores mostra que o pensamento deve ser mais prudente. Se as respostas não saem é porque as pergunta foram mal formulada, e apenas contorna o problema. O que Sócrates faz é formular perguntas adequadas, isto é, um método de investigação que encaminhe o pensamento em direção à essência das coisas sem desvios.

Deste processo da maiêutica surge à virtude, conhecê-la torna-se o principal objetivo do verdadeiro conhecimento, só pratica o mal quem ignora o que seja a virtude. E quem tem o verdadeiro conhecimento só pode agir bem. Desde modo o conhecimento e a virtude tornam-se sinônimos. Através da maiêutica Socrática as questões morais deixam de ser tratadas como convenções baseadas nos costumes as quais se modificam conforme as circunstâncias e o interesse para se tornar problemas que exigem do pensamento uma elucidação racional. Nesse sentido, ele seria o fundador a ética.