Em relação a essas questões citada no resumo, qual é o real
peso das discussões sobre genética no texto de Sloterdijk? Que papel tem nele a
discussão das antro-potécnicas? Para tal tentativa de resposta, iremos nos ater
as colocações gradativa posta por Sloterdijk em seu texto.A estrutura do texto
se divide basicamente em cinco partes: 1) Caracterização literária-epistolar do
humanismo (pp. 7-20). 2) Exame da crítica de Heidegger ao humanismo (pp.
20-37). 3) Exame da crítica de Nietzsche
ao humanismo (pp. 37-47). 4) Exame da
antro-potécnica no diálogo Político, de Platão (pp. 47-56). 5) Reflexão final sobre o colapso
contemporâneo do humanismo literário-epistolar (p. 56-57).
Sloterdijk inicia sua
analise sobre a“Caracterização literária epistolar
do humanismo”. Aborda a educação, como princípio transformador de uma
sociedade na perspectiva do humanismo, e na sequencia aborda porque o humanismo
falhou. Sloterdijk inicia o texto com a frase“Os
livros, disse uma vez o poeta Jean Paul, são cartas volumosas dirigidas aos
amigos.”Em uma perspectiva nietzschiana Sloterdijk enfatiza
que o homem é
um ser naturalmente pulsante, que age
por pulsão do seu instinto selvagem. Segundo Sloterdijk na visão
do humanismo clássico a leitura adestra, amansa a animalidade do humano. Através
da leitura vem sobre o ser humano um processo de alfabetização, em que ser
humano deixa de ser animal e sofre um processo de humanização. Dentro deste período
do humanismo clássico, o homem virtuoso é aquele que é sábio. Com isso, surge
aqui um humanismo burguês, visto que se trata de um grupo superior; uma elite
que comanda o fenômeno chamado humanização.
O humanismo dentro do período
moderno se torna partidário e faccioso. Dentro deste humanismo moderno
apresentam-se três perspectivas (1) Cristãs; (2) Marxistas; (3)
Existencialistas, sendo que todos estes três apresenta uma proposta para conter
a pulsão humana e se colocara como uma condição para a educação, domesticação
do homem. Na crítica de Sloterdijk esse projeto se encontra
falido, pois não há mais condições de que as estruturas políticas e económicas
de massas possam ser organizadas segundo o modelo amigável das sociedades
literárias.A crítica e posição de Sloterdijk recaem sobre
a ideologia de uma sociedade que acreditava na domesticação do homem através de
métodos teóricos, onde a domesticação do ser humana seguirá os moldes de um
parque, ou seja de um zoológico. (SLOTERDIJK,1999, p, 49).
Na visão de Sloterdijk ,o
humanismo teria seu fim a partir do momento em que ideologia de uma sociedade
educada por meio da literatura demostra ser incapaz de tal domesticação das
pulsões humanas.Visto que no lugar de uma sociedade de sábios, passou a
existir uma sociedade de políticos, de gestores do patrimônio do estado. O humanismo
passou a ser encarado como uma aculturação, devido é certo, a uma crise de
saberes canônicos.Em sua análise,
Sloterdijk apresenta a posição de Heidegger ao fazer um exame da crítica de
Heidegger ao humanismo. A proposta de Heidegger sobre tem a pretensão de banir o
humanismo que tinha pretensões de educar o homem,E que o ser humano poderia
compor uma sociedade construída por meio de uma alfabetização e da literatura. Mas, tal projeto humanista
perdeu seu sentido como afirma Heidegger:
Essa pergunta decorre de intento
de preservar a palavra “humanismo”. Eu me pergunto se isso é necessário. Ou
seja, não é suficiente óbvio o desastre que todos os títulos desse tipo
preparam? Sua perguntanão apenas pressupõe que a palavra “humanismo” deve ser
mantida, mas também contém a admissão de queessa palavra perdeu seu sentido (
HEIDEGGER, 1979, p.351).
A segunda guerra, seria um marco
no sentido de dar condição para compreender que a proposta do humanismo clássico
não se consolidou, não chegou ao objetivo final, e aquilo que não é capaz de
conduzir ao objetivo estabelecido, perde-se o sentido e deve ser substituído.
Diante da situação negativa do humanismo Heidegger, apresenta a necessidade de
examinar o homem (Dasein) fora da ótica do humanismo clássico é buscar
compreender que esse homem (Dasein) é um ser de“possibilidade” que está aberto
para mundo, visto que se manifesta na realidade da existência. Nesta perspectiva de Heidegger,o problema do
mundo estava no próprio homem, e era necessário olhar só para o homem, pois
o homem habita na verdade do ser. O humanismo moderno segundo Heidegger desviou
o homem para caminhos não desejado, cito Sloterdijk:
Na visão de Heidegger, o fascismo foi à síntese do
humanismo e do bestialismo; isto é, a paradoxal confluência desinibição e
desinibição. Diante desses monstruosos deslocamentos e rejeições, tornou-se
aconselhável recolocar a questão do fundamento da domesticação e da formação do
homem, se a bucólica pastoral ontológica de Heidegger – que já em sua época
soava estranha e escandalosa – hoje parece completamente anacrônico,
aindaassim, apesar de seu caráter desagradável e de sua canhestra
excentricidade, ela conserva o mérito de ter articulado a questão da época: o
que ainda domestica o homem, se o humanismo naufragou como escola da
domesticação humana? O que domestica o
homem, seseus esforços de auto domesticação até agora só conduziram, no fundo,
á sua tomada de poder sobretodos os
seres ? O que domestica o homem, se em todas as experiênciaspréviascom a
educação do gênero humano permaneceu obscuro quem – ou o quê educa os educadores,
e para que ? Ou será que a questão sobre o cuidado e formação do ser humanonão
se deixa mais formular de modo pertinentes no campo das meras teorias da domesticação e educação ?(SLOTERDIJK,1999,
p, 32)
Sloterdijk crítica Heidegger, diante da
proposta de Heidegger de que o
homem (Dasein) deve ser compreendido a partir de sua
existência. Na crítica de Sloterdijk a Heidegger, se vê dois extremos, de um
lado existe o humanismo clássico de caráter pedagógico,e do outro lado o
humanismo de Heidegger de caráter onto-antropológico. Cito Sloterdijk:
“Heidegger oferece-se para pôr um fim à imensurável omissão do pensamento
europeu – a saber, não ter levado a questão sobre a essência do ser humano da
única maneira apropriada, que, para ele, é a maneira existencial – ontológica [...]” (SLOTERDIJK,1999, p, 24) Grifo
nosso. No humanismo de caráter onto-antropológico, Heidegger, apresenta a
condição do homem (Dasein) aprender com ele, e por ele mesmo, por meio da
reflexão de ser com o próprio ser. Se o Ser é o todo em si mesmo, e a “linguagem
a sua morada”,então estaríamos automaticamente domesticados, aliás, seriamos
todos puros e bons, porque não haveria ação nem confronto, dado que seriamos
“autistas” dentro de um mundo “autista”.Para Heidegger as questões relacionadas
à existência do (Dasein) só podem ser compreendidas diante da “face velada da
clareira”.
A existência do (Dasein) está
repleta de indivíduos que por meio de vários recursos exerce poder de
domesticação, domesticação que se transformou em um mal para o próprio ser
humano. No humanismo de Heidegger é impossível pensar o (Dasein)
homemdes conciliado do ser, pois o homem habita na verdade do ser, “e a casa do ser é a linguagem” (SLOTERDIJK,1999, p,
26). Por isso, que partir da linguagem o humanismo busca analisara históriae
origemdo ser humano do ponto de vista
da verdade do ser. Para
Sloterdijk, essaposição de Heidegger ao humanismo efalha e deficiente, poisnão
retrata a chegadae permanência do homem
neste mundo, e com isso Heidegger não atenta
para o fenômeno da animalidade do
homem, e para o fato do ser humano, ser um animal fracassado, o qual por isso
necessita desde do inicio da sua
vida ser
condicionada culturalmente e
tecnicamente. Na medida em que o ser humano
cresce ele precisa satisfazer exigências operativas, para torna-se
adulto, o que inclui o desenvolvimento
tanto mental, espiritual e tecnológico.
A crítica de Sloterdijk se dá,
visto que Heidegger compreende o (Dasein) em uma perspectivatotalmente
ontológica, ao passo que Sloterdijk
compreende o homem em um aspecto biológico e paleontológico. A posição biológica e paleontológicado homem
deSloterdijk pode ser vista em Max Scheler. SegundoScheler o ser humano é
diferente do animal. Aminal:Pulsãoßà
meio-ambiente (Umwelt) (vida). Homem
(espírito) ßà
Mundo (Welt) àà
(êxtase). O termo “Umwelt” é usado ao animal que serve para identificar o seu
meio ambiente. O animal está preso a este meio ambiente. Já o homem ele não
esta preso há qualquer meio ambiente, pois ele é formador de mundo. Ele está
livre do meio ambiente, está aberto para o mundo.
A organização animal se
dá pela pulsão e, por isso, pela vida. O homem possui espírito e, por isto, nega a vida. “O primeiro ato desse novo
drama”, escreve Scheler, “é: o ato é motivado por um complexo representacional
digno do nome de objeto” (objetividade). E isto independentemente do estado
biológico e psíquico do ser humano e independentemente de seus impulsos vitais.
O segundo ato do drama é uma “livre inibição de um impulso motor”, que parte do
centro da pessoa: um impulso
pulsional livremente contido. O terceiro ato: uma alteração vivenciada da forma
da coisa. A forma de um comportamento é a forma da abertura do mundo.
Heidegger irá dizer que
habitar a abertura é o que permite à angústia ser o motor da existência humana,os
animais perecem, mas não morrem, nascem, mas não vêm ao mundo. Em resumo, o
homem nega o meio ambiente, diz “não”. “O homem é o x que pode se comportar
abertamente para o mundo, em uma medida ilimitada”. “A gênese do homem é a
elevação até a abertura do mundo [saída do meio ambiente, negação da vida] por
força do espírito”. A crítica de Sloterdijk acentua no fato de Heidegger
acreditar que o homem (Dasein) ele faz essa elevação até a abertura do mundo
por meio de uma onto-antropológico, que pensa a humanidade do homem
desde a proximidade do ser, o que o faz se opor veemente a toda a antropologia
tanto filosófica quanto cientifica.
Na sua crítica ao humanismo de
Heidegger Sloterdijk apresenta a crítica de Nietzscheao humanismo sobre a questão
da animalidadedo ser humano. De acordo com Sloterdijk, a posição deNietzsche
está além de um processode meradomesticação, pois Nietzschevê nesse processo
uma autentica criaçãocoma práticadeliberada de seleção.
A própria
cultura da escrita produziu – até a alfabetização universal recentemente
imposta – fortes efeitos seletivos: ela fraturou profundamente associedades que
a hospedavam e cavou entre as pessoas letradas e iletradas um fogo cuja
intransponibilidade alcançou que sea rigidez de uma diferença de espécie. Se quiséssemos,
contrariamente ás advertências de Heidegger, falarmais uma vez
em termos antropológicos, os homens tempos históricos poderiam ser definidos
como aqueles animais dos quais alguns sabem ler e escrever e outros não . Daqui, éso um passo, ainda que
ambicioso, para a tese de que os homens são animais dos quais alguns dirigem a
criação de seus semelhantes enquanto os outros são criados – um pensamento que
desde as reflexões de Platão sobre a educação e o Estado faz parte de folclore
pastoral dos europeus. Algo semelhante ecoa na afirmação de Nietzsche acima
citada, de quedentre os homens nas pequenas casas, alguns poucos querem; quanto
à maioria, porém, outros querem por eles existem como objeto, e não como sujeito de seleção. (SLOTERDIJK,1999, p,
44).
Na posição de Sloterdijk o homem saiu de seu
ambiente e ganhou o mundo, mas fracassou. Tal fracasso se deu por meio do
processo de domesticação, o qual se trata de um processo complexo, de difícil
entendimento para um animal que se transformou em humano. Para Nietzsche a domesticação das ideologias
humanistas não passa de ídolos de caráter artificial, como as crenças
religiosas. Para Nietzsche todas asideias políticas de
direita, de esquerda, progressistas ou conservadores, religiosos, pedagógicos,
intelectuais, apresentam uma mesma estrutura teológica que procura inventar
algo que seja melhor que a realidade, providos de valores pretensamente superiores
e exteriores a vida, portanto transcendentes.Na perspectiva de Nietzsche a
domesticação é consequência de invenções que são sempremotivadas por,
masintenções. Seu objetivo éa negação da vida, em nome de falsas realidades.
Cito Sloterdijk:
Nietzsche, com sua desconfiança
contra toda a cultura humanista, insiste em arejar o mistério da domesticação
do gênero humano explicitamente os que até agora detém o monopólio de criação –
os padres e professores, que se apresentam como amigosdos homens -, e quer
trazer a luz sua função oculta, desencadeando uma disputa inovadora, no
âmbito da história mundial, entre
os diferentes criadores e os
diferentes projetos de criação.(SLOTERDIJK,1999,
p, 40).
Diante da domesticação desta
cultura humanista que tem como consequência motivações por invenções más, o
homem na sua contemporaneidade
encontra-se no vazio, diante de uma
existência de comportamentos totalitaristas e guerras mundiais. O qual deve “Reconhecer que a
domesticação do ser humano é o grande impensado, do qual o humanismo desde a
Antiguidade até o presente desviou os olhos, é o bastante para afundarmos em águas profundas” (SLOTERDIJK,1999,
p, 43).
Em seu posicionamento,
Sloterdijk faz um exame da antropotécnica no diálogo político de Platão. Para tanto é necessário observamos
que a ética platônica provém de uma organização funcional da alma humana, a
qual Platão fundamenta sua teoria política. Esta relação do homem com a polis,se
dá através de uma relação de disciplina para assegurar a vida ética, política e
coesa da polis. A partir desta relação entre ética e política,fundamenta a
identidade do indivíduo com a polis. Platão, no âmbito político se orienta pela
interioridade ética do individuo,de tal forma que a vivência humana se torna
indivisível da polis. Sobre esse prisma, o indivíduo é entendido como um Estado em
proporções menores que também se constituiria de três ordens.
Existe no indivíduo o princípio
racional,que representa o papel dos guardiões na cidade da alma; o elemento
impetuoso que corretamente empregado, e a ajuda da sabedoria tal como os
auxiliares são assistentes dos governantes, e ambos devem uma vez educados,
dominar a massa dos desejos que formam a parte apetitiva da alma e infundir no
homem uma temperança total, pois a justiça individual toma lugar quando todas
as faculdades trabalham em harmonia umas com as outras. Quando a sabedoria
governa, o homem estará em paz consigo mesmo. Em suma; apolítica é o governo
exercido com sabedoria em harmonia entre as castas por um filósofo; e a ética e
o conhecimento do Bem e o conhecimento da verdade da própria alma que têm como consequência
à possibilidade de um modelo político justo.
A proposta de Platão trata de uma condição de enfrentar as
diferenças entre os homens. Nesta
proposta de Platão,existe um método de domesticação, onde os homens são educados, orientador, e nivelados a
viverem de uma tal forma que
possibilite alcançar o estado
perfeito. Essa domesticação é realizada pelo sábio, que tem a condição
de trazer o mundo das ideias por meio de tecné para o mundo sensível. A tarefa do sábio era de governar a partir de uma elite todos os demais.
Para tal condição Platãoapresenta um sistema onde o mais sábio governe. Um dos
métodos platônicos era por meio de uma espécie de eugenia, onde o casamento só
era realizado, entre indivíduos de uma nesta casta,e assim gerando seresselecionados
e garantindo o governo dos sábios. Atualmente,
depoisdo escaneamento do genoma humano, já vem sendo discutido pelas políticasde
tecnologia antropológicas, as condições e possibilidade de produção de seres
humanammais elevados. Sobreesta questão cito uma passagem muito pertinente de
Sloterdijk:
Desde O Político, e desde A República, correm pelo mundo discursos que falam da comunidade
humana como um parque zoológico que é ao mesmo tempo um parque temático; a
partir de então, a manutenção de
seres humanos em parques ou cidades
surge como uma tarefa zoopolítica . O
que pode parecer um pensamento sobre a política é, na verdade uma reflexão
basilar sobre regras para admiração de parques humanos. Se há uma dignidade do ser humano que
merece ser trazida ao discurso de forma conscientemente
filosófica, isso se deve sobretudo ao fato
de que as pessoas não apenas são
mantidas nos parques temáticos
políticos , mas porque se mantem lá por si mesmas. Homens são seres que cuidam de si mesmos, que guardam a si
mesmos – onde quer que vivam – geram a seu
redor um ambiente de parque. Seja em parques municipais, nacionais,
estaduais, ecológicos - por toda parte os homens têm de decidir como deve ser
regulada sua automação.
Desta forma, assim como Platão propôs, e assim como a ciência da à
condição, Sloterdijk busca reunir ao mesmo tempo a coragem guerreira, e a
temperança filosófica e humana, sob a direção dos sábios. Sendo assim,
Sloterdijk opta pela genética contra a educação. De acordo com as especulações dos cientistas
sobre a decodificação do genoma humano, muitos asseguram que o ser humano não se
tornou aquilo que ainda pode se tornar.
A posição de Sloterdijk diante da domesticação pedagógica e onto-antrológica
deve ser abandonadas e superadas,
pois de acordo com
Sloterdijk em relação ao ser humano ele
afirma: “ A fim de podermos permanecer humanistas temos de nos tornar cibernéticos”.O posicionamento de Sloterdijk o
faz andar na contra não da
filosofia não clássica, desferindo duros
golpes de machado ao humanismo. Em sua
proposta Sloterdijkbusca mostrar
que a saída do atual
estado de fracasso do homem
causado pelo humanismo, está em abandonar
ideias da filosofia
contemporâneas e suas utopias e se abrir para o diálogo de aceitação de alternativas da antropogênese
disponibilizadas pela biotecnologia.
Sloterdijk acredita que a biotecnologia por meio da biologia molecular é capaz de
fazer aquilo que o humanismo não foi capaz, visto que já existem técnicas de
manipulação e seleção genéticas. Tais manipulações genéticas da à condição de
trabalhar com células humanas e produzir crianças mais inteligentes, fortes e
saudáveis. Na visão de Sloterdijk, como crescimento da tecnologia, da quia
poucas décadas, 20 ou 30 anos a tecnologia estará muito além do que é hoje. Com isso, biotecnologia dará
condições de produzir seres humanos como nunca visto antes.Assim aquilo que os cientistas sociais não conseguiram fazer, por meio do
humanismo que era fazer o ser humano agir de acordo com suas teorias de domesticação, a
biotecnologia fará, por meio de uma mudança profunda no substrato humano. Uma vez
isso, torna-se realidade, não saberemos se poderemos ser chamado de seres
humanos, visto que teremos bólidos o ser humano como é. E assim começaremos uma
nova história, para além do ser humano.
CONCLUSÃO
A
posição de Sloterdijko coloca na tradição da filosofia de Nietzsche e Heidegger,
tradição está bastante criticada pelos
representantes atuais da Escola de Frankfurt, que são simpatizantes da
social-democracia e da democracia cristã que dominam a Alemanha. Com base no
pensamento Heidegger, Sloterdijk fala em domesticação do ser. Suas
considerações se dá partindo dos questionamentos: Como o homem chegou a este ponto
de tomar consciência de que o mundo está aí? Ele retoma Heidegger, mas também
segue os ensinamentos atuais da paleontologia e da antropologia. Sloterdijk
se posiciona contra as critica e alegação ser fascistizante, mas defende,
acredita que não é através da domesticação do humanismo falido que o home sairá
do buraco que entrou.Coloca a questão da biotecnológica como proposta da o ser
humano. Sendo assim, o filósofo consegue ligar a tomada de consciência à aventura
tecnológica. O homem está em vias de domesticar o seu próprio ser, afirma
Sloterdijk, neste momento em que a genética acena com a possibilidade de
retardar ao máximo a maturidade do ser humano.
REFERÊNCIAS
HEIDEGGER, M. Sobre o Humanismo. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural,1973, p. 345-373.
SLOTERDIJK, Peter. Regras para o parque humano: uma resposta à carta de Heidegger sobreo
humanismo. São Paulo. Ed. Unicamp.
1990.
SCHELER, Max. A posição do homem no cosmos. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2003.São Paulo. Ed. Unicamp.
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SCHELER, Max. A posição do homem no cosmos. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2003.