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sábado, 3 de maio de 2014

REGRAS PARA O PARQUE HUMANO: Análise da crítica, falência e superação do humanismo no pensamento de Peter Sloterdijk


Em relação a essas questões citada no resumo, qual é o real peso das discussões sobre genética no texto de Sloterdijk? Que papel tem nele a discussão das antro-potécnicas? Para tal tentativa de resposta, iremos nos ater as colocações gradativa posta por Sloterdijk em seu texto.A estrutura do texto se divide basicamente em cinco partes: 1) Caracterização literária-epistolar do humanismo (pp. 7-20). 2) Exame da crítica de Heidegger ao humanismo (pp. 20-37).  3) Exame da crítica de Nietzsche ao humanismo (pp. 37-47).  4) Exame da antro-potécnica no diálogo Político, de Platão (pp. 47-56).  5) Reflexão final sobre o colapso contemporâneo do humanismo literário-epistolar (p. 56-57).
Sloterdijk inicia sua analise sobre aCaracterização literária epistolar do humanismo”. Aborda a educação, como princípio transformador de uma sociedade na perspectiva do humanismo, e na sequencia aborda porque o humanismo falhou. Sloterdijk inicia o texto com a frase“Os livros, disse uma vez o poeta Jean Paul, são cartas volumosas dirigidas aos amigos.”Em uma perspectiva nietzschiana Sloterdijk  enfatiza  que  o homem é um ser naturalmente pulsante, que  age por pulsão do seu instinto selvagem. Segundo Sloterdijk na visão do humanismo clássico a leitura adestra, amansa a animalidade do humano. Através da leitura vem sobre o ser humano um processo de alfabetização, em que ser humano deixa de ser animal e sofre um processo de humanização. Dentro deste período do humanismo clássico, o homem virtuoso é aquele que é sábio. Com isso, surge aqui um humanismo burguês, visto que se trata de um grupo superior; uma elite que comanda o fenômeno chamado humanização.
O humanismo dentro do período moderno se torna partidário e faccioso. Dentro deste humanismo moderno apresentam-se três perspectivas (1) Cristãs; (2) Marxistas; (3) Existencialistas, sendo que todos estes três apresenta uma proposta para conter a pulsão humana e se colocara como uma condição para a educação, domesticação do homem. Na crítica de Sloterdijk esse projeto se encontra falido, pois não há mais condições de que as estruturas políticas e económicas de massas possam ser organizadas segundo o modelo amigável das sociedades literárias.A crítica e posição de Sloterdijk recaem sobre a ideologia de uma sociedade que acreditava na domesticação do homem através de métodos teóricos, onde a domesticação do ser humana seguirá os moldes de um parque, ou seja de um zoológico. (SLOTERDIJK,1999, p, 49).
Na visão de Sloterdijk ,o humanismo teria seu fim a partir do momento em que ideologia de uma sociedade educada por meio da literatura demostra ser incapaz de tal domesticação das pulsões humanas.Visto que no lugar de uma sociedade de sábios, passou a existir uma sociedade de políticos, de gestores do patrimônio do estado. O humanismo passou a ser encarado como uma aculturação, devido é certo, a uma crise de saberes canônicos.Em sua análise, Sloterdijk apresenta a posição de Heidegger ao fazer  um exame da crítica de Heidegger ao humanismo. A proposta de Heidegger sobre tem a pretensão de banir o humanismo que tinha pretensões de educar o homem,E que o ser humano poderia compor uma sociedade construída por meio de uma alfabetização  e da literatura. Mas, tal projeto humanista perdeu seu sentido como afirma Heidegger:

Essa pergunta decorre de intento de preservar a palavra “humanismo”. Eu me pergunto se isso é necessário. Ou seja, não é suficiente óbvio o desastre que todos os títulos desse tipo preparam? Sua perguntanão apenas pressupõe que a palavra “humanismo” deve ser mantida, mas também contém a admissão de queessa palavra perdeu seu sentido ( HEIDEGGER, 1979, p.351).


A segunda guerra, seria um marco no sentido de dar condição para compreender que a proposta do humanismo clássico não se consolidou, não chegou ao objetivo final, e aquilo que não é capaz de conduzir ao objetivo estabelecido, perde-se o sentido e deve ser substituído. Diante da situação negativa do humanismo Heidegger, apresenta a necessidade de examinar o homem (Dasein) fora da ótica do humanismo clássico é buscar compreender que esse homem (Dasein) é um ser de“possibilidade” que está aberto para mundo, visto que se manifesta na realidade da existência.  Nesta perspectiva de Heidegger,o problema do mundo estava no próprio homem, e era necessário olhar só para o homem, pois o homem habita na verdade do ser. O humanismo moderno segundo Heidegger desviou o homem para caminhos não desejado, cito Sloterdijk:

Na visão de Heidegger, o fascismo foi à síntese do humanismo e do bestialismo; isto é, a paradoxal confluência desinibição e desinibição. Diante desses monstruosos deslocamentos e rejeições, tornou-se aconselhável recolocar a questão do fundamento da domesticação e da formação do homem, se a bucólica pastoral ontológica de Heidegger – que já em sua época soava estranha e escandalosa – hoje parece completamente anacrônico, aindaassim, apesar de seu caráter desagradável e de sua canhestra excentricidade, ela conserva o mérito de ter articulado a questão da época: o que ainda domestica o homem, se o humanismo naufragou como escola da domesticação humana?  O que domestica o homem, seseus esforços de auto domesticação até agora só conduziram, no fundo, á sua tomada de poder sobretodos  os seres ? O que domestica o homem, se em todas as experiênciaspréviascom a educação do gênero humano permaneceu obscuro quem – ou o quê educa os educadores, e para que ? Ou será que a questão sobre o cuidado e formação do ser humanonão se  deixa mais  formular de modo pertinentes  no campo das meras teorias  da domesticação e educação ?(SLOTERDIJK,1999, p, 32)


Sloterdijk crítica Heidegger, diante da  proposta de Heidegger de que o homem   (Dasein)  deve ser compreendido a partir de sua existência. Na crítica de Sloterdijk a Heidegger, se vê dois extremos, de um lado existe o humanismo clássico de caráter pedagógico,e do outro lado o humanismo de Heidegger de caráter onto-antropológico. Cito Sloterdijk: “Heidegger oferece-se para pôr um fim à imensurável omissão do pensamento europeu – a saber, não ter levado a questão sobre a essência do ser humano da única maneira apropriada, que, para ele, é a maneira existencial – ontológica [...]” (SLOTERDIJK,1999, p, 24) Grifo nosso. No humanismo de caráter onto-antropológico, Heidegger, apresenta a condição do homem (Dasein) aprender com ele, e por ele mesmo, por meio da reflexão de ser com o próprio ser. Se o Ser é o todo em si mesmo, e a “linguagem a sua morada”,então estaríamos automaticamente domesticados, aliás, seriamos todos puros e bons, porque não haveria ação nem confronto, dado que seriamos “autistas” dentro de um mundo “autista”.Para Heidegger as questões relacionadas à existência do (Dasein) só podem ser compreendidas diante da “face velada da clareira”.
A existência do (Dasein) está repleta de indivíduos que por meio de vários recursos exerce poder de domesticação, domesticação que se transformou em um mal para o próprio ser humano. No humanismo de Heidegger é impossível pensar o (Dasein) homemdes conciliado  do ser,  pois o homem habita  na verdade do ser, “e a casa  do ser é a linguagem” (SLOTERDIJK,1999, p, 26). Por isso, que partir da linguagem o humanismo busca analisara históriae origemdo ser humano  do ponto  de vista  da  verdade do ser. Para Sloterdijk, essaposição de Heidegger ao humanismo efalha e deficiente, poisnão retrata a chegadae permanência  do homem neste mundo, e com isso Heidegger não atenta  para o fenômeno da  animalidade do homem, e para o fato do ser humano, ser um animal fracassado, o qual por isso necessita  desde do inicio da sua vida  ser  condicionada culturalmente e  tecnicamente. Na medida  em que  o ser humano  cresce ele precisa satisfazer exigências operativas, para torna-se adulto, o que  inclui o desenvolvimento tanto mental, espiritual e tecnológico.
A crítica de Sloterdijk se dá, visto que Heidegger compreende o (Dasein) em uma perspectivatotalmente ontológica, ao passo que Sloterdijk  compreende o homem em um aspecto biológico e paleontológico.  A posição biológica e paleontológicado homem deSloterdijk pode ser vista em Max Scheler. SegundoScheler o ser humano é diferente do animal.  Aminal:Pulsãoßà meio-ambiente (Umwelt) (vida).  Homem (espírito) ßà Mundo (Welt) àà (êxtase). O termo “Umwelt” é usado ao animal que serve para identificar o seu meio ambiente. O animal está preso a este meio ambiente. Já o homem ele não esta preso há qualquer meio ambiente, pois ele é formador de mundo. Ele está livre do meio ambiente, está aberto para o mundo.
A organização animal se dá pela pulsão e, por isso, pela vida. O homem possui espírito e, por isto, nega a vida. “O primeiro ato desse novo drama”, escreve Scheler, “é: o ato é motivado por um complexo representacional digno do nome de objeto” (objetividade). E isto independentemente do estado biológico e psíquico do ser humano e independentemente de seus impulsos vitais. O segundo ato do drama é uma “livre inibição de um impulso motor”, que parte do centro da pessoa: um impulso pulsional livremente contido. O terceiro ato: uma alteração vivenciada da forma da coisa. A forma de um comportamento é a forma da abertura do mundo.
Heidegger irá dizer que habitar a abertura é o que permite à angústia ser o motor da existência humana,os animais perecem, mas não morrem, nascem, mas não vêm ao mundo. Em resumo, o homem nega o meio ambiente, diz “não”. “O homem é o x que pode se comportar abertamente para o mundo, em uma medida ilimitada”. “A gênese do homem é a elevação até a abertura do mundo [saída do meio ambiente, negação da vida] por força do espírito”. A crítica de Sloterdijk acentua no fato de Heidegger acreditar que o homem (Dasein) ele faz essa elevação até a abertura do mundo por meio de uma onto-antropológico, que pensa a humanidade do homem desde a proximidade do ser, o que o faz se opor veemente a toda a antropologia tanto filosófica quanto cientifica.
Na sua crítica ao humanismo de Heidegger Sloterdijk apresenta a crítica de Nietzscheao humanismo sobre a questão da animalidadedo ser humano. De acordo com Sloterdijk, a posição deNietzsche está além de um processode meradomesticação, pois Nietzschevê nesse processo uma autentica criaçãocoma práticadeliberada de seleção.
 A própria cultura da escrita produziu – até a alfabetização universal recentemente imposta – fortes efeitos seletivos: ela fraturou profundamente associedades que a hospedavam e cavou entre as pessoas letradas e iletradas um fogo cuja intransponibilidade alcançou que sea rigidez de uma  diferença de espécie. Se quiséssemos, contrariamente ás advertências de Heidegger, falarmais  uma vez  em termos antropológicos, os homens tempos históricos poderiam  ser definidos  como aqueles animais dos quais alguns sabem  ler e escrever  e outros não . Daqui, éso um passo, ainda que ambicioso, para a tese de que os homens são animais dos quais alguns dirigem a criação de seus semelhantes enquanto os outros são criados – um pensamento que desde as reflexões de Platão sobre a educação e o Estado faz parte de folclore pastoral dos europeus. Algo semelhante ecoa na afirmação de Nietzsche acima citada, de quedentre os homens nas pequenas casas, alguns poucos querem; quanto à maioria, porém, outros querem por eles existem como objeto, e não  como sujeito de seleção. (SLOTERDIJK,1999, p, 44).  


 Na posição de Sloterdijk o homem saiu de seu ambiente e ganhou o mundo, mas fracassou. Tal fracasso se deu por meio do processo de domesticação, o qual se trata de um processo complexo, de difícil entendimento para um animal que se transformou em humano.  Para Nietzsche a domesticação das ideologias humanistas não passa de ídolos de caráter artificial, como as crenças religiosas.  Para Nietzsche todas asideias políticas de direita, de esquerda, progressistas ou conservadores, religiosos, pedagógicos, intelectuais, apresentam uma mesma estrutura teológica que procura inventar algo que seja melhor que a realidade, providos de valores pretensamente superiores e exteriores a vida, portanto transcendentes.Na perspectiva de Nietzsche a domesticação é consequência de invenções que são sempremotivadas por, masintenções. Seu objetivo éa negação da vida, em nome de falsas realidades. Cito Sloterdijk:

Nietzsche, com sua desconfiança contra toda a cultura humanista, insiste em arejar o mistério da domesticação do gênero humano explicitamente os que até agora detém o monopólio de criação – os padres e professores, que se apresentam como amigosdos homens -, e quer trazer a luz sua  função  oculta, desencadeando uma disputa  inovadora, no  âmbito da história mundial, entre  os  diferentes criadores e os diferentes projetos de criação.(SLOTERDIJK,1999, p, 40).


Diante da domesticação desta cultura humanista que tem como consequência motivações por invenções más, o homem  na sua contemporaneidade encontra-se  no vazio, diante de uma existência  de  comportamentos totalitaristas e guerras  mundiais. O qual deve “Reconhecer que a domesticação do ser humano é o grande impensado, do qual o humanismo desde a Antiguidade até o presente desviou os olhos, é o bastante para afundarmos em águas profundas” (SLOTERDIJK,1999, p, 43).
Em seu posicionamento, Sloterdijk faz um exame da antropotécnica no diálogo político de Platão. Para tanto é necessário observamos que a ética platônica provém de uma organização funcional da alma humana, a qual Platão fundamenta sua teoria política. Esta relação do homem com a polis,se dá através de uma relação de disciplina para assegurar a vida ética, política e coesa da polis. A partir desta relação entre ética e política,fundamenta a identidade do indivíduo com a polis. Platão, no âmbito político se orienta pela interioridade ética do individuo,de tal forma que a vivência humana se torna indivisível da polis. Sobre esse prisma, o  indivíduo é entendido como um Estado em proporções menores que também se constituiria de três ordens.
 Existe no indivíduo o princípio racional,que representa o papel dos guardiões na cidade da alma; o elemento impetuoso que corretamente empregado, e a ajuda da sabedoria tal como os auxiliares são assistentes dos governantes, e ambos devem uma vez educados, dominar a massa dos desejos que formam a parte apetitiva da alma e infundir no homem uma temperança total, pois a justiça individual toma lugar quando todas as faculdades trabalham em harmonia umas com as outras. Quando a sabedoria governa, o homem estará em paz consigo mesmo. Em suma; apolítica é o governo exercido com sabedoria em harmonia entre as castas por um filósofo; e a ética e o conhecimento do Bem e o conhecimento da verdade da própria alma que têm como consequência à possibilidade de um modelo político justo.
A proposta de Platão trata de uma condição de enfrentar as diferenças entre  os homens. Nesta proposta de Platão,existe um método de domesticação, onde os homens  são educados, orientador, e nivelados a viverem de uma tal forma  que possibilite  alcançar  o estado  perfeito. Essa domesticação é realizada pelo sábio, que tem a condição de trazer o mundo das ideias por meio de tecné para o mundo sensível. A tarefa do sábio era de governar a partir de uma elite todos os demais. Para tal condição Platãoapresenta um sistema onde o mais sábio governe. Um dos métodos platônicos era por meio de uma espécie de eugenia, onde o casamento só era realizado, entre indivíduos de uma nesta casta,e assim gerando seresselecionados e  garantindo o governo dos sábios. Atualmente, depoisdo escaneamento do genoma humano, já vem sendo discutido pelas políticasde tecnologia antropológicas, as condições e possibilidade de produção de seres humanammais elevados. Sobreesta questão cito uma passagem muito pertinente de Sloterdijk:

Desde O Político, e desde A República, correm pelo mundo discursos que falam da comunidade humana como um parque zoológico que é ao mesmo tempo um parque temático; a partir  de então, a manutenção de seres  humanos em parques ou cidades surge  como uma tarefa zoopolítica . O que pode parecer um pensamento  sobre  a política é, na verdade uma reflexão basilar  sobre  regras para admiração de parques  humanos. Se há uma dignidade do ser humano que merece  ser trazida  ao discurso de forma conscientemente filosófica, isso se deve sobretudo ao fato  de que  as pessoas não  apenas são  mantidas  nos parques temáticos políticos , mas porque se mantem lá por si mesmas. Homens são seres  que cuidam de si mesmos, que guardam a si mesmos – onde quer que vivam – geram a seu  redor um ambiente de parque. Seja em parques municipais, nacionais, estaduais, ecológicos - por toda parte os homens têm de decidir como deve ser regulada  sua automação.


Desta forma, assim como Platão propôs, e assim como a ciência da à condição, Sloterdijk busca reunir ao mesmo tempo a coragem guerreira, e a temperança filosófica e humana, sob a direção dos sábios. Sendo assim, Sloterdijk opta pela genética contra a educação.  De acordo com as especulações dos cientistas sobre a decodificação do genoma humano, muitos asseguram  que o ser humano  não  se tornou aquilo que  ainda pode se tornar. A posição de Sloterdijk diante da domesticação pedagógica e onto-antrológica deve ser abandonadas e superadas,  pois  de acordo com Sloterdijk   em relação ao ser humano ele afirma: “ A fim de podermos permanecer humanistas temos de nos tornar  cibernéticos”.O posicionamento de Sloterdijk o  faz  andar na contra não da filosofia  não clássica, desferindo duros golpes  de machado ao humanismo. Em sua proposta Sloterdijkbusca mostrar  que  a saída  do atual  estado  de fracasso do homem causado pelo humanismo, está em abandonar  ideias  da filosofia contemporâneas e suas utopias e se abrir para o diálogo  de aceitação de alternativas da antropogênese disponibilizadas pela biotecnologia.
Sloterdijk acredita que a biotecnologia por meio da biologia molecular é capaz de fazer aquilo que o humanismo não foi capaz, visto que já existem técnicas de manipulação e seleção genéticas. Tais manipulações genéticas da à condição de trabalhar com células humanas e produzir crianças mais inteligentes, fortes e saudáveis. Na visão de Sloterdijk, como crescimento da tecnologia, da quia poucas décadas, 20 ou 30 anos a tecnologia estará  muito além do que  é hoje. Com isso, biotecnologia dará condições de produzir seres humanos como nunca visto antes.Assim aquilo que os cientistas sociais não conseguiram fazer, por meio do humanismo que era  fazer o ser humano agir  de acordo com suas teorias de domesticação, a biotecnologia fará, por meio  de uma  mudança profunda no substrato humano. Uma vez isso, torna-se realidade, não saberemos se poderemos ser chamado de seres humanos, visto que teremos bólidos o ser humano como é. E assim começaremos uma nova história, para além do ser humano.


 CONCLUSÃO

A posição de Sloterdijko coloca na tradição da filosofia de Nietzsche e Heidegger, tradição está  bastante criticada pelos representantes atuais da Escola de Frankfurt, que são simpatizantes da social-democracia e da democracia cristã que dominam a Alemanha. Com base no pensamento Heidegger, Sloterdijk fala em domesticação do ser. Suas considerações se dá partindo dos  questionamentos: Como o homem chegou a este ponto de tomar consciência de que o mundo está aí? Ele retoma Heidegger, mas também segue os ensinamentos atuais da paleontologia e da antropologia. Sloterdijk se posiciona contra as critica e alegação ser fascistizante, mas defende, acredita que não é através da domesticação do humanismo falido que o home sairá do buraco que entrou.Coloca a questão da biotecnológica como proposta da o ser humano. Sendo assim, o filósofo consegue ligar a tomada de consciência à aventura tecnológica. O homem está em vias de domesticar o seu próprio ser, afirma Sloterdijk, neste momento em que a genética acena com a possibilidade de retardar ao máximo a maturidade do ser humano.


REFERÊNCIAS

HEIDEGGER, M. Sobre o Humanismo. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural,1973, p. 345-373.
SLOTERDIJK, Peter. Regras para o parque humano: uma resposta à carta de Heidegger sobreo humanismo.  São Paulo. Ed. Unicamp. 1990.
SCHELER, Max. A posição do homem no cosmos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.São Paulo. Ed. Unicamp. 1990.

SCHELER, Max. A posição do homem no cosmos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.