A sociedade brasileira vive um momento
de crise política e econômica, o que não é novidades para os informados. Problemas
de corrupção que denuncia a condição de uma falta de ética, desestruturação na
economia, e uma instabilidade civil. Quando se fala em corrupção na atualidade da
sociedade brasileira é inevitável não lembrar no escândalo da Petrobrás, o
maior ato de corrupção envolvendo uma empresa estatal. Compreende-se, que tal
ato de corrupção não teve apenas a participação do atual governo, mas teve
também a participação de governos anteriores. Mas a questão é fato, uma hora,
fazendo uso do provérbio popular a “A casa tinha que caiar”. Todo gasto de um governo
produzido por má administração ou por corrupção, desestabiliza a economia e
conseqüentemente afeta o bolso do contribuinte: “Quando alguém gasta demais
deverá pagar por si. Quando o Estado gasta demais ele manda a conta para o
contribuinte”. No entanto, a minha razão não me permite acreditar que tudo que
aconteceu com o atual governo, é perseguição partidária ou golpe. Concordo que vários
indivíduos não têm qualificações para estar à frente de um processo de impeachment,
mas acredito que a hora deles também vai chegar. Mas garanto que se a situação
fosse oposta o governo que sofreu impeachment faria o mesmo com os outros. O jogo
nefasto da política anti-filosófica, só sobrevive com coligação, acordos, troca
de favores, etc. Por isso, quando a merda explode respinga em todos.
No caso das pedalas ficais, do que isso
realmente trata? As pedaladas fiscais foi o nome dado à prática do Tesouro
Nacional de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para bancos
(públicos e também privados) e autarquias, como o INSS. O objetivo do Tesouro e
do Ministério da Fazenda era melhorar artificialmente as contas federais. Ao
deixar de transferir o dinheiro, o governo apresentava todos os meses despesas
menores do que elas deveriam ser na prática e, assim, ludibriava o mercado
financeiro e especialistas em contas públicas. As "pedaladas" foram
reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo e Broadcast, o serviço de tempo real
da Agência Estado, no primeiro semestre de 2014, mas já tinham começado a
ocorrer desde 2013. Agora, em 2015, a nova equipe econômica admite que as
"pedaladas" existiram e que elas começaram a ser corrigidas. No
entanto, a discussão deixou o campo econômico e foi para o campo político e
judicial, nos quais as pedaladas são vistas como um crime de responsabilidade
fiscal. A crítica do governo deposto e dos partidaristas é que outros
governos/presidentes também realizaram as pedaladas fiscais e não foram
julgados, não foram julgados, mas não deixa de ser crime, uma coisa não
justifica a outra. E seria muita inocência o governo deposto pelo impeachment
achar que poderia fazer o mesmo, cercado de oposição, e não ser vitimado por
nada. Quando a política é suja, altos cargos e postos são alcançando expondo os
erros dos outros, como o partido que sofreu impeachment irá fazer.
Tal estado de corrupção de nossa
política e economia brasileira, independentemente de sua causa partidária,
expressa e denuncia uma crise ética. A ética está ligada a justiça, visto que a
corrupção nada mais é do que uma ação de injustiça, pois a ação de corrupção é
uma apropriação daquilo que não é seu, usurpando daquele que tem direito. A
ética preserva esses direito, pois uma ação ética como deve ser, sempre visa
além de mim, pois o outro também é a conseqüência de minha ação. Arrumar um
culpado para qualquer situação que se julga desvantajoso é a ordem natural da
ação humana, desde que este se inclua no processo. Desta forma, o que se vê , é
uma construção de uma divisão civil. Em que os partidários da cor vermelha, acusam
os partidários da cores verdes e amarelos de golpe, e os verdes amarelos acusam
e responsabilizam o vermelho da atual situação do país por inúmeros fatores. Compreende-se
que o Brasil não é vermelho, e também não e é verde amarelo. Não é vermelho por
causa de uma bandeira partidária ou por causa do sangue que correm nas veias,
não é verde e amarelo por causa da cor de nossa bandeira. O Brasil deve ser o
Brasil unido, o Brasil unificado. Portanto, a atual condição do Brasil é
dramática, um Brasil dividido, onde viver ficou mais difícil, desemprego, carga
tributária, crise política e crise econômica e instabilidade civil. Sem contar
no processo de impeachment, que não julgo como totalmente inválido, mas identifico
elementos emblemáticos.
No entanto, não sou partidário a nenhum
partido. Não uso vermelho, mas também não uso verde e amarelo. Não sou Dilma,
mas também não sou Temer ou Cunha, não sou PT e também não sou PSDB ou PMDB ou
qualquer “P”, seja este “P” de partido ou esse “P” de qualquer outra coisa. Mas, sou
Aristotélico. O filósofo Aristóteles em seu tratado político “A política” enfatizou,
que o bom governo não está no sistema político, neste caso em partidos. Aristóteles
apresenta três formas de governo: (1) Monarquia: poder centrado em uma pessoa
física. (2) Aristocracia: poder onde o Estado é governado por um pequeno grupo
de pessoas físicas. (3) Democracia ou Politéia: governo de uma maioria. Essas
três formas eram consideradas puras, perfeitas ou normais, por Aristóteles,
porque visam o bem de uma coletividade; entretanto, a Democracia, em
particular, era tida por ele como a melhor forma de governo, uma vez que a
população possui uma participação mais ativa. Em oposição às formas pura de
governo, temos as formas impuras, corruptas ou imperfeitas, por serem
distorções das formas perfeitas, já que seu objetivo é primeiramente os
interesses dos governantes em detrimento dos anseios de todos os demais. Por
isso, estas formas de governo pode ser degenerada. Tirania: forma distorcida de
Monarquia. Oligarquia: forma impura de Aristocracia. Demagogia ou Olocracia:
que é a corrupção Democracia. Ou seja, não é partido que governa um país, mas a
integridade dos homens que estão dentro de um partido.
“Não
é o povo que teme seu governo. Mas o governo que teme seu povo” Jean Jaques
Rousseau