Argumento Cosmológico
O primeiro argumento é o
argumento cosmológico, que se baseia em constatações empíricas da existência do
universo. Isto é, tentam explicar os efeitos com causas, e essas causas não
surgem sem que outra causa o originasse. Mas com isto tudo precisamos de uma
causa, a primeira e maior causa: Deus. Então se a primeira causa do argumento
cosmológico é Deus, então Deus existe. A este argumento opõem-se outro, dizendo
que este se auto-contradiz. Então o primeiro argumento cosmológico diz que não
há causa que não tenha sido causada, mas ao mesmo tempo transmite a ideia que a
causa pode não ter sido causada. Logo põem em causa a existência de Deus. O
segundo argumento critico diz que não pode haver uma regressão infinita no
encadeamento das causas. Concretamente esta crítica quer dizer que não pode ser
apresentada nenhuma evidência empírica que a comprove. A terceira critica á
referente à sua origem e às suas qualidades e características. Se esse Deus
perfeito existe, se é omnisciente e sumamente bom, então porque há o mal no
mundo? É também outro facto que contesta a existência de Deus.
Argumento
Teológico
Tal como o argumento
cosmológico, o argumento teleológico também pretende provar a existência de
Deus a partir do mundo. Há então, dois aspectos importantes que distinguem
estes dois argumentos no geral. O primeiro, é que o argumento cosmológico é um
argumento dedutivo, ao passo que o argumento teleológico é um argumento não
dedutivo. Isto significa que, mesmo que o argumento teleologista seja um
argumento não dedutivamente forte, não prova definitivamente a existência de
Deus de mostrar a elevada probabilidade da sua existência a partir do mundo, o
argumento cosmológico parte de certos factos considerados evidentes (como por
exemplo a existência de causas) para concluir que Deus tem forçosamente de
existir, ao passo que o argumento teleológico se baseia na “comparação” do
mundo com outras coisas que exibem teleologismo, para concluir que, tal como
essas coisas têm um autor, então o mundo também tem um autor.
A complexidade, a ordem,
e a finalidade estão presentes em todas os seres e fenómenos naturais, provam
que eles tiveram de ser concebidos por um criador inteligente: Deus. Ao
argumento teleológico, é feita uma critica por William Paley. Esta crítica
compara dois objectos de natureza diferente. Vamos supor que ao atravessar um
bosque encontramos uma pedra, e nos interrogarmos acerca da sua origem. Sabemos
explica-la com causas geológicas e movimentos da crosta terrestre. Mas se em
vez de encontrarmos uma pedra, encontrarmos um relógio. Então para justificar a
sua origem, não poderíamos recorrer a fenómenos naturais, mas sim a algo muito
complexo. A questão é que seria um absurdo justificar a origem do relógio (um
objecto de alta complexidade, e com funções altamente organizadas) com
fenómenos naturais. Chama-se, também à atenção para indícios de teleologismo
nos organismos e órgãos naturais, em particular no olho humano. Estas entidades
naturais revelam um nível de organização, e de complexidade ainda maior que o
relógio, então a sua existência deve-se a um ser inteligente: Deus.
Outro argumento que
critica um pouco o argumento teleológico, é o de Darwin. Embora Darwin não
estivesse particularmente interessado no argumento teleológico ou na existência
de Deus, mas sim interessado no grande mistério dos mistérios: a origem dos
seres vivos. Até o aparecimento de Darwin, a teoria aceite para justificar e
explicar a diversidade dos seres vivos era a teoria da criação especial divina.
Basicamente, esta teoria diz que Deus tinha criado os seres vivos tal como
existem actualmente. No entanto as descobertas geológicas e biológicas da
época, foram causando insatisfação, porque mesmo antes de Darwin, existiu quem
defendesse que as espécies não são fixas mas que evoluem. Um dos primeiros
homens a defender a evolução das espécies foi o próprio avô de Darwin, Erasmus
Darwin. Ele pensava que as espécies actualmente existentes nem sempre tinham
existido e que outras existentes no passado tinham entretanto deixado de
existir e para explicar a mudança propôs uma teoria idêntica à de Jean-Bastiste
de Lemarck. De acordo com essa teoria, os seres vivos adquirem durante a vida
adquirem certas características que depois transmitem aos descendentes.
Conclusivamente, Darwin mostrou que a adaptação dos seres vivos ao meio depende
da selecção natural e da sobrevivência dos mais aptos, os quais irão transmitir
essas características às gerações seguintes. A última crítica ao argumento
teleológico põe em causa que Deus seja omnisciente e sumamente bom, porque
contraria a ideia de existência do mal no mundo, sendo que aparentemente, Deus
nada faz para o impedir. Então a questão do mal, será para sempre um obstáculo
à crença na existência de Deus.
Argumento
Ontológico
Argumento ontológico: ao
contrario dos argumentos anteriores, o argumento ontológico tenta demonstrar a
existência de Deus, sem o recurso da experiencia. Segundo este argumento, a
existência de Deus pode ser provocada com base apenas na definição Deus. Então
Santo Alselmo argumentou, escrevendo, que Deus é como “alguma coisa maior do
que a qual nada se pode pensar”. É importante perceber bem o significado da
palavra “maior” nesta definição. Santo Anselmo não está q querer dizer que Deus
é a maior coisa que existe. “Maior” aqui não tem o significado me tamanho, mas
sim de maior valor ou em maior perfeição. Assim ao dizer-se que Deus é “alguma
coisa maior do que a qual nada se pode pensar”, Santo Anselmo está a querer
dizer que Deus é “alguma coisa com maior valor que se pode pensar”. Esta é uma
definição muito geral de Deus. Podemos assim no entanto assumir que é outra
forma de expressar a definição teísta de Deus. Então tudo o que o Santo Anselmo
precisa para o seu argumento é desta definição geral, que afirma que quaisquer
que sejam os atributos de Deus, ele tem-nos na maioria.