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Na
espera, alguns motoristas reviveram as longas filas que se formaram entre
dezembro de 2002 e janeiro de 2003, quando a administração da PDVSA iniciou uma
paralisação que buscava a renúncia de Hugo Chávez. O falecido ditador
socialista derrotou a greve importando combustível do Brasil e demitiu mais de
20.000 funcionários que fizeram parte do movimento, estatizando o setor
petrolífero do país.
A
irregular distribuição de gasolina começou há 15 dias, mas seu surgimento em
Caracas, uma cidade que o regime sempre protege das contingências, provocou a
reação informal dos dirigentes da PDVSA, que afirmou que o problema foi
“produto do atraso no transporte da gasolina por navios”. A falha em Caracas
obrigou a estatal a redirecionar de outras regiões cerca de 200
caminhões-tanque para abastecer os postos de combustível.
Reportagens
da imprensa local indicavam na quarta-feira que na capital só restavam estoques
do combustível de 91 octanas, o de valor mais baixo no país. Na quinta-feira em
Valência, as principais cidades do Estado de Carabobo, polo da indústria
central do país, permaneciam fechados 13 postos, de acordo com a Associação de
Vendedores de Gasolina, segundo o jornal local El Carabobeño.
Iván
Freites, delegado sindical da indústria petroleira, afirmou que as falhas na
distribuição resultam dos problemas das refinarias da Venezuela, que não estão
trabalhando a plena capacidade por causa de problemas operacionais e pela falta
de pagamento em dia aos provedores internacionais que estão suprindo essas
deficiências. A falta de profissionalismo nas operações e de manutenção nas
instalações após a estatização provocou uma queda na produção de petróleo. A
Venezuela produzia no final dos anos 90 pouco mais de três milhões de barris de
petróleo, mas hoje mal chega aos dois mil.
A
Venezuela enfrenta uma escassez crônica de alimentos e medicamentos, a inflação
mais alta do mundo (projetada pelo FMI em 1.660% para este ano), cortes nos
abastecimentos de água e energia elétrica e uma criminalidade galopante graças
ao socialismo.